Olá, amigo reparador, leitor assíduo da Revista Reparação Automotiva, que nos acompanha também nos canais da web, como o Instagram, Facebook e YouTube. Como divulgamos nos vídeos recentemente e nas matérias de edições anteriores, seguimos com o tema Diagnóstico Automotivo.
Se procurar nos sites de pesquisas sobre o tema, irá encontrar vídeos, livros, sites, tanto no Brasil quanto no exterior. Bem sabemos que existem técnicas válidas, e também falácias sem fundamentos.
MAS ENFIM, QUAL A FORMA CORRETA PARA UM DIAGNÓSTICO AUTOMOTIVO?
Nesta edição em especial, apresentamos alguns pontos, que talvez possa parecer ofensivo, arrogância, porém quando começamos a analisar os fatos vemos o quanto ainda o setor da reparação automotiva tem a caminhar para chegar a um determinado nível de qualidade.
Vamos pontuar alguns detalhes que fazem originar nosso tema:
Ponto fraco do diagnóstico automotivo.
Poderíamos inserir este título no plural. Porém posso afirmar, que se resume no singular mesmo, PONTO FRACO. Te convido neste instante a conhecer um detalhe muito importante, a formação escolar de nível médio em outros países, onde os alunos definem uma profissão a seguir, então todos têm aulas de serviços práticos, bem como;
- Mecânica,
- Elétrica,
- Funilaria,
- Carpintaria,
- Alvenaria,
- Usinagem,
- Solda,
- Costura,
Nossa lista pode ficar extensa, mas isto te lembra alguma coisa?
Sim, já tivemos algo parecido no passado, onde nas escolas Polivalentes Estaduais e outras, os alunos tinham uma iniciação em conhecimento técnico desde práticas agrícolas a um curso de administração.
Assista quando possível, o canal Discovery Turbo, veja como funciona as oficinas pelo mundo a fora, o nível de conhecimento dos prestadores de serviços é enfatizado grandemente.
Então nosso tema, Ponto fraco do diagnóstico automotivo, fica correto no singular, pois a falta de conhecimento básico dos sistemas é o nosso maior gargalo.
VAMOS PARA A PRÁTICA?
Recebemos um veículo para realizar o diagnóstico:
Qual o primeiro passo que tomamos? Inserimos um scanner para ver os códigos de falhas, correto?
Após realizar a leitura dos DTC’s, damos aquela verificada rápida se tem algum chicote elétrico rompido, uma conexão solta, tudo ok, substituímos o componente indicado pelo DTC, correto?
Se a sua resposta até aqui, foi SIM, saiba que errou o diagnóstico por completo!
COMO ASSIM? Os passos seguidos por muitas vezes nas oficinas, podemos afirmar, pois são resultados que apuramos em consultorias, treinamentos e atendimentos na oficina, confirmam nossa afirmação.
O que falta, é a BASE de CONHECIMENTO, que talvez o reparador até tenha, porém com o advento da tecnologia avançada, o leva a cometer erros básicos e simples.
No início de minha carreira como reparador, tive o prazer de trabalhar e aprender com profissionais, que na minha região eram ícones, um deles me disse a seguinte frase:
“O melhor mecânico, eletricista, funileiro, não é o que sabe tudo, mas aquele que estuda o problema, busca informação sobre o sistema, que não tenha preguiça de estudar!”
Leandro Marco
Ouvi esta frase em 1992, de um amigo, mecânico, mentor de muitos como eu, que iniciou sua carreira trabalhando com o sr. José Fernandes, vulgo Zé Pequeno Mecânico.
Pela primeira vez, vi uma enciclopédia sobre reparação automotiva, este mecânico, possuía apenas a antiga 4ª série primária, mas quando ele não estava em algum veículo reparando, ele estava com um livro técnico lendo a respeito do sistema.
Bem falei de prática, vamos vê-la então.
Desta vez não trarei aqui um caso de BMW, MERCEDES, AUDI, LAND ROVER, mas sim um VW SANTANA 2001, isto mesmo, um carro antigo, mas que ainda por falta de conhecimento, foi reparado de forma errada, gerando prejuízo ao cliente.
Veículo: Santana 1.8 MI 2001
Sistema: 1AVP Magneti Marelli
Falhas: Marcha lenta instável, alto consumo, aceleração as vezes cortava.
Relato do cliente: Por volta de 8 meses, tentando acertar o funcionamento do veículo, alguns componentes foram trocados por mais de 5 vezes:
a) TPS- Sensor de Posição da borboleta,
b) MAP- Sensor de Pressão Absoluta,
c) IAC- Atuador de Marcha Lenta (motor de passo),
d) Bobina e velas de ignição,
e) Sonda Lambda.
Alguns destes Itens, foram substituídos por 5 marcas diferentes, julgando-se que a falha poderia ser do fabricante.
Este caso, você poderá assistir o vido em nosso canal do YouTube, aproveite e inscreva-se:
Apesar de ser um sistema antigo, faltou para aqueles que o atenderam anteriormente conhecimento sobre o sistema, sobre funcionamento do motor, para realizar o diagnóstico, e por esse motivo, nosso tema da matéria é:
Ponto fraco do diagnóstico automotivo, onde afirmamos que é a falta de conhecimento básico do sistema em que se trabalha.
- Como é controlada a marcha lenta de um veículo? Através do controle de entrada de ar admitido conforme o volume de combustível injetado, com a borboleta de aceleração em repouso.
Quem trabalhou nos carros carburados, vai lembrar que havia um ajuste de entrada de ar e outro de abertura da borboleta. Na injeção eletrônica é controlado por sensores, atuadores, porém a parte mecânica não deve ser desprezada.
Veja o real problema do controle de marcha lenta do Santana:
Não é o IAC – motor de passo, mas sim o corpo de borboleta, acompanhe, a ponta do IAC – Motor de Passo, tem uma cintura cinza, marcando deformidade acentuada,
Ao identificar esta deformidade, vamos analisar o alojamento do IAC no corpo de borboleta, o TBI,
Observando o furo de controle de entrada de ar do TBI pelo IAC, pode ser notado o grande desgaste do componente, As bordas do furo apresentam deformidade no alumínio, rebarbas de desgastes, que ao serem medidas, podemos notar que não existe uma vedação correta de passagem de ar a ser controlada pelo IAC- Motor de Passo.
O que causa Consumo Excessivo ou alto? O consumo demasiado de combustível se dá por termos uma posição de aceleração alterada, pela temperatura de trabalho abaixo do normal, que é de 90°C, tempo de injeção fica alto. Mas, o que mais afetaria o consumo, se te apresentar que o veículo estava com a temperatura de trabalho correta?
A vela de Ignição aponta alta carbonização indicando muito combustível e pouco ar admitido.
Como assim? Não está com a passagem de ar elevada pelo TBI?
Sim, mas existe a perda de ar no cabeçote por má vedação das válvulas de admissão e escape.
Para tal realizamos testes de vazão de cilindros, vacuômetro e boroscopia. Explicamos estes detalhes no vídeo disponibilizado em nosso canal do YouTube e Instagram.
Então meu amigo, reparador/ leitor, o PONTO FRACO do DIAGNÓSTICO AUTOMOTIVO está ligado a falta de conhecimento dos sistemas em que muitas vezes trabalhamos, fique atento.
Chegamos ao fim desta edição, lembrando, quer ficar por dentro de dicas como estas? Inscreva-se em nosso canal no YouTube, marque o sininho para ter acesso as novidades e ao dia a dia na oficina. Aponte a câmera de seu celular para o QR CODE abaixo e assine nosso canal.
Leandro Marco, professor de manutenção automotiva, graduado em Produção Mecânica Industrial, Mecatrônica Automotiva, Pós Graduado em Engenharia de Manutenção Automotiva, atua na reparação automotiva há 34 anos, proprietário da General Tech, Oficina de linha Premium em Uberaba MG.
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