Diesel

Diesel Renovável (HVO) e os Novos Desafios na Injeção Diesel

A busca por uma mobilidade limpa faz com que as empresas invistam na evolução dos combustíveis.

O setor de combustíveis passa por uma transformação silenciosa, mas com impactos profundos. No centro desse novo cenário está o HVO (Hydrotreated Vegetable Oil), o chamado Diesel Renovável, que promete revolucionar o transporte pesado sem a necessidade de alterar motores ou sistemas de injeção. Mas será que o futuro da injeção diesel está pronto para essa mudança?

O que é o HVO?

O HVO é um combustível produzido a partir de óleos vegetais e gorduras residuais, processado por hidrogenação — um processo diferente da produção tradicional de biodiesel (FAME). O resultado é um diesel quimicamente semelhante ao diesel mineral, mas com queima mais limpa, maior estabilidade oxidativa e menor emissão de CO2 e material particulado.

Injeção Diesel: O que muda com o HVO?

A boa notícia é que o HVO é totalmente compatível com os sistemas atuais de injeção diesel, especialmente os Common Rail.

Isso significa que não há necessidade de modificar motores, bicos injetores ou bombas de alta pressão.

Porém, existem ajustes finos e observações técnicas que merecem atenção:

  • Lubrificação: O HVO possui menor teor de compostos polares do que o diesel comum, o que pode exigir o uso de aditivos para garantir a lubrificação adequada em sistemas de alta pressão.
  • Pressão de Injeção: O HVO apresenta viscosidade e densidade levemente inferiores, o que pode alterar sutilmente a atomização do combustível. Motores com gerenciamento eletrônico adaptativo compensam isso com relativa facilidade.
  • Vida Útil dos Componentes: Por ser um combustível mais “limpo”, o HVO tende a reduzir a formação de depósitos, prolongando a vida útil de injetores e válvulas.
O Futuro é Diesel Sustentável

Empresas como Petrobras, BSBios e ECB já anunciaram grandes investimentos em HVO no Brasil. Nos Estados Unidos e Europa, ele já abastece frotas pesadas e urbanas, com aprovação de fabricantes como Scania, Volvo, Mercedes-Benz e Cummins.

O papel do profissional de injeção diesel será ainda mais técnico e estratégico nos próximos anos. Conhecer os impactos desses novos combustíveis é fundamental para oferecer diagnósticos precisos, orientações seguras e evitar prejuízos para o cliente.

Conclusão

O HVO não representa o fim da injeção diesel — pelo contrário, é a evolução necessária para que essa tecnologia continue sendo protagonista na transição energética do transporte.

Como técnicos, engenheiros e reparadores, temos a missão de entender, testar e orientar esse processo com responsabilidade e conhecimento.

Como autor do livro Injeção Diesel Sem Segredos, aprofundo exatamente esses temas — desde o funcionamento dos sistemas de injeção modernos até as falhas mais comuns causadas por contaminação, e como a manutenção preventiva, aliada ao uso correto de aditivos, pode transformar a rotina da oficina diesel.

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Sandro Rogério Stoco – CEO da Stoco Centro Automotivo
Sandro Rogério Stoco
CEO da Stoco Centro Automotivo

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