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Panorama do mercado de reposição automotiva

São vários os fatores que alavancam os negócios no segmento de reposição, entra eles o fato de os emplacamentos de carros novos manterem a estabilidade, ou seja, um pequeno crescimento em relação ao ano passado. Sendo assim, a partir desta edição e na próxima, mostramos um panorama do mercado de reposição automotiva e as previsões para os negócios da reparação.  

EMPLACAMENTO DA FROTA

Prevê-se que o emplacamento de veículos novos no país em 2023 tenha resultados positivos com evolução estimada e revista para pouco mais de 1,6% maior que 2022, que foi 5,70% maior em relação a 2021. Cabe o registro que a recuperação no segmento de motos no ano passado foi que puxou os números para cima, se somados todos os segmentos.

Os números atuais refletem a expectativa do mercado de reposição automotiva em relação ao comportamento geral da economia, que não declinou como esperado, por conta das previstas revisões nas políticas públicas governamentais do novo governo, sobretudo fiscal e da taxa de juros.

As montadoras de veículos, em resposta, reduziram drasticamente sua produção com alegações de que, além da baixa demanda, faltam matérias-primas básicas (como autopeças) para abastecer suas linhas de montagens, aliado ainda ao fato de que há perto de 45 dias de estoques nos pátios.

Em relação a demanda automotiva na reparação estimada para 2023., estima-se que seja igual ao ano anterior, reflexo da produção menor de veículos que entraram na frota em 2020 e que neste ano começam a buscar por reparação. Talvez esse quadro, sem crescimento real, seja perceptível também em 2024.

VENDA SEGMENTO POR COMBUSTÍVEIS

Há anos predomina a venda de veículos fabricados no sistema flexfuel, abolindo quase que totalmente a produção de veículos movidos exclusivos à etanol. Por outro lado, não mais tendência, mas já uma realidade, cresce em escala geométrica a proporção de veículos eletrificados e híbridos na frota, embora ainda em número incipiente. Calcula-se que em 2023 já circulem pelo país cerca de 125.000 veículos movidos pelos sistema híbrido (eletro combustível), sendo que destes, pelo menos 20.000 seja apenas elétrico, segundo a ABVE – Associação Brasileira de Veículos Elétricos.

Para aquela entidade, uma aceleração média de 50% nos emplacamentos de veículos com algum tipo de eletrificação nos próximos anos (a maior parte ainda importada) se mostrará real, acompanhando o melhor aparelhamento nas infraestruturas das cidades para atender a demanda desse tipo de veículo com mobilidade sustentável.

O volume de veículos que irão demandar serviços e peças

No ano de 2023, estima-se que aproximadamente 41,7 milhões de veículos automotores de todos os segmentos irão buscar por algum tipo de serviço automotivo.

A tabela abaixo mostra uma estatística, calculada com base na frota circulante líquida por segmento desde 1970 (53 anos de emplacamento e sucateamento aplicado).

Os cálculos da demanda de peças e serviços em concessionárias e/ou em oficinas independentes varia de tempos em tempos, alterado por fatores como comportamento da economia, pretensão a consumir unidades novas por parte do segmento alvo de consumidores, incentivos, promoções, etc.

A variação na curva de retenção em concessionárias é ainda diferente entre as segmentos e classe de veículos (popular ou luxo), se automóveis ou comerciais, já que os hábitos de reparação são distintos.

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Abaixo um modelo de curva aplicado em determinado tempo para veículo da linha leve.

A sazonalidade da demanda para a indústria

Entre os meses do ano, com base no histórico de vendas de grupo de empresas de autopeças de vários tipos e segmentos, o comportamento da demanda obedece a um ciclo de sazonalidade como demonstrado no quadro abaixo:

Assim como na questão envolvendo a curva de retenção, há variações para outros segmentos da frota.

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A distribuição da frota regional brasileira

A frota circulante brasileira em 31.12.22 está estimada em 70,5 milhões de veículos automotores, incluindo máquinas agrícolas. Esse número mostra uma variação muito pequena em relação ao ano anterior devido a critérios de sucateamento, ou seja, a quantidade de veículos velhos que saíram de circulação ou deixaram de demandar peças, foi praticamente igual ao volume de unidades novas que entraram. 

O norte do país compreende a concentração de 7 unidades federativas e conta com 3,6 milhões de veículos, sendo o Pará o estado com maior representatividade da região. Nela circulam apenas 3,18% de todos os automóveis do país, mas a população de motos é uma das maiores do Brasil com 9,7% do total nacional, em proporção por segmentos.

Já a região Nordeste, com 9 estados, há uma frota de 12,1 milhões de veículos que equivale a 17,1% de todo o país. A distribuição da frota por segmentos é equilibrada em relação a outras regiões, com destaque para uma incidência maior para a frota de 2 rodas, justificada pelas características deste tipo de veículo cuja mobilidade é favorável para praças planas, sem ruas com aclives ou declives, por haver clima favorável com pouca chuva, além de fatores econômicos sociais, que contribuem para criar uma forte tendência de interesse de potenciais mercados de consumidores.  

A região Centro Oeste tem perfil de frota distinto e abrangente. A proporção de automóveis é baixa em relação ao Brasil, devido as características geográficas dos estados de Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, onde existe médio-baixo índice de estradas pavimentadas para percorrer extensas propriedades. Daí a necessidade de uso de veículos comerciais leves (pick-ups e utilitários), que resulta em proporção média-alta desse segmento sobre o total da região e mesmo do país. Percebe-se ainda o registro de expressivo volume de máquinas agrícolas. Neste caso, justificado pois, embora a quantidade de máquinas seja menor do que por exemplo nas regiões sul e sudeste, a tipificação das máquinas nesta região são de unidade de maior potência, sobretudo grandes colheitadeiras, necessárias para atender o perfil da safra agrícola. 

De cada 100 veículos vendidos no país, 20 vão operar na região Sul, que responde por quase 20% da frota nacional circulante. Perde de longe na proporção de motos para regiões como norte e nordeste, mas ganha com folga em se tratando de frota comercial pesada (caminhões). Só no estado do Paraná estão emplacados mais caminhões do que em quase todo o Centro Oeste e mais que o dobro do que todo Norte do país. Estudos porém indicam que não necessariamente o maior consumo de peças e serviços automotivos para a linha pesada ocorra neste região.  É que a frota pesada local é de intensa movimentação, sobretudo para transportar grãos pelas regiões centro oeste, sudeste e nordeste. Daí a manutenção (quando corretiva) acontecer nestas regiões, e não na região do emplacamento.

Nos demais segmentos, há equilíbrio na distribuição em comparação com outras regiões.

Por fim, a região Sudeste, onde 4 estados concentram 48,6% de todos os veículos que circulam pelo país. Todos os segmentos são representados por valores expressivos de proporção em relação ao país, afinal são 34,2 milhões de veículos emplacados por aqui, além de mais um número estimado de outros 5 milhões que cruzam as ruas e estradas da região, transportando carga ou pessoas entre localidades. Para se ter uma ideia, de cada 10 caminhões que entram ou saem da região metropolitana de São Paulo, 5 possuem placas cadastrada fora dela, observação esta que se tornou mais difícil após a implantação do modelo de placa Mercosul.

Para o final de 2023 é estimada ligeira recuperação no número final da frota circulante, com evolução de algo próximo entre 1,5 e 2% acima de 2022.

Cabe registrar que o volume praticamente igual da frota de 2022 em relação a 2021, não necessariamente resultará em menor demanda de peças e serviços em 2023. Há uma demanda reprimida ainda sem atendimento por conta das dificuldades econômicas havidas nos períodos anteriores mais recentes, especialmente pós-pandemia, que ainda não foi inteiramente solucionado.

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Estudos dão conta que pelo menos 500 mil veículos (de todos os segmentos) sofreram danos causado pelas chuvas em todo o país. Parte deles são novos e não estavam  previsto de realizar serviços corretivos.

Número de veículos per capita por região Brasil

Estudos sobre a relação de habitantes por veículo, deixam o Brasil ainda distante de grandes mercados como o americano e o europeu.

Já são em torno de 6 pessoas para cada carro neste mundo. 

Para se ter um comparativo mais objetivo do Brasil em relação a alguns outros países, basta ver o quadro abaixo, lembrando que no mundo todo, em 2022, circulam perto de 1,44 bilhão de veículos, sendo: 536 milhões na Ásia, 420 milhões na Europa, 357 milhões na América do Norte, 88 milhões na América do Sul, 52 milhões no Oriente Médio, 30 milhões na África e cerca de 60 veículos na Antártica.

Vários os fatores que alavancam os negócios da reparação, veja o panorama do mercado e as previsões para os negócios na reposição automotiva.
Sergio Duque, * Economista, pós-graduado em Marketing e professor universitário. Há 30 anos atua no mercado de reposição de autopeças

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