Manutenção em Land Rover será mesmo uma bomba? Modelos da fabricante inglesa exigem equipamentos atualizados e conhecimento técnico ao realizar revisões e reparos
É sempre um prazer ter você conosco há cada edição da Revista Reparação Automotiva, afinal ela é feita e pensada em você caro amigo reparador automotivo. Trazemos nesta edição mais uma polêmica, que perdura pelas redes sociais, canais de comunicação e entretenimento como YouTube, Instagram, Facebook, entre outros.
MANUTENÇÃO EM LAND ROVER, SERÁ QUE É MESMO UMA BOMBA?
Sempre surgem dúvidas, indagações e afirmações, prós e contra aos modelos da marca. Então procuraremos trazer um conteúdo nesta e mais algumas edições, apresentando a real condição de reparabilidade e uso dos veículos da marca JLR Jaguar Land Rover.
Por que muitos chamam determinados veículos de BOMBA? Vamos analisar sobre duas óticas:
1. A visão do novo proprietário
a) Comparar valor de peças de reposição com as de veículos populares que possuía anteriormente
b) Comparar o consumo de combustível da mesma forma, com veículo de categoria diferente, em sua maioria veículos inferiores
Aqui vou apresentar um relato de fato acontecido em nossa oficina:
Estávamos com um BMW X6 4.4 V8 em manutenção, quando um cliente novo, chegou e a viu com o capô aberto e fez a seguinte afirmação: “Só um louco para comprar um caro deste, bebe para cinco up! TSI iguais ao meu!” Então usamos a tática de um vendedor de carros. Convidamos o cliente a sentar no veículo, mostramos todos os recursos, inclusive o modo esporte, ajustes dos bancos, suspensão com ajuste pneumático. Depois funcionamos o BMW, ajustei a suspensão e perguntei: será mesmo que vale economizar combustível com o up! TSI Resposta: São perfis diferentes, é outro mundo isto aqui!
2.A visão do reparador automotivo
Geralmente, aqui o assunto é mais complexo, pois quando um profissional afirma que determinada marca ou modelo é bomba, estamos lidando com algo muito sério, que é a falta de qualificação para atender determinados modelos e marcas de veículos.
LAND ROVER, SERÁ QUE É MESMO UMA BOMBA?
Caro amigo reparador, não! A Land Rover não é uma bomba, porém a manutenção realizada de forma incorreta, com achismos, adaptações, jeitinho brasileiro, estas ações é que transformam o veículo em uma bomba.
Vamos enumerar os pontos mais comuns para danificar qualquer veículo, principalmente um premium:
1.Aplicar peças definidas pelo menor custo
2. Aplicar óleo e filtros lubrificantes sem as homologações aprovadas
3. Aplicar fluídos de baixa qualidade
4. Realizar manutenção sem equipamentos adequados, sem qualificação profissional, sem manuais técnicos apropriados
Estes são os pontos que mais danificam os veículos atualmente. O brasileiro estava acostumado com automóveis de manutenção simples, componentes baratos, fazia-se a manutenção apenas no processo de desmonte e remonte aprendendo, não se buscava treinamentos específicos, afinal era tudo muito simples. Vamos voltar aos 80, quando chegava nos veículos nacionalizados duas evoluções importantes, que podemos dizer serem o inicio da eletrônica embarcada:
a) ALTERNADOR a todos os modelos de veículos, pois o VW Fusca, abandonava o dínamo ou gerador em 1983
b) Neste mesmo ano a FIAT trazia a IGNIÇÃO ELETRÔNICA na linha 147, assim como as demais montadoras, FORD e GM.
O tempo evoluiu rápido, na sequência logo em 1989 a injeção eletrônica no GOL GTI era apresentada, depois freios ABS, então hoje temos uma gama de recursos eletrônicos embarcados, inúmeros módulos gerenciadores, sistema de comunicação em rede de dados, enfim, o reparador automotivo agora necessita voltar para a escola, buscar qualificação profissional, pois a chave de fenda, alicate e lixa não resolvem mais. A Land Rover, veículo cheio de recursos tecnológicos, mecânica arrojada, componentes específicos, desde um simples filtro de óleo e combustível até a suspensão ativa, eletromagnética, tudo controlado eletronicamente.
Conheça a arquitetura eletrônica de um LAND ROVER DISCOVERY SPORT 2.0 TD 2017
Nesta imagem da tela do Scanner TOPDON, temos um gráfico topológico, onde é possível contar 40 módulos gerenciadores eletrônicos, que se comunicam em rede de dados. Todos estes módulos de gerenciamento eletrônico dos sistemas, conversam entre si, existe uma comunicação, onde uma falha de sistema de iluminação pode fazer com que o desempenho do veículo seja limitado para evitar acidentes. Tratarei de um erro muito comum na manutenção de um veículo Premium, seja ele Land Rover ou qualquer outra marca:
SISTEMA DE FREIOS DE ESTACIONAMENTO ELETRÔNICO – EPS
Este sistema exige que o reparador obedeça a todo um processo roteirizado pelo software do veículo, aqui não adianta tentar burlar sistema, não temos acesso sem equipamento correto e habilitado. Ainda assim existem práticas indevidas com frequência no mercado de reparação, cujos resultados têm gerado prejuízos para o proprietário e para as oficinas.
Vejamos o processo roteirizado na montadora e equipamentos necessários:
Scanner automotivo de ponta, com software e hardware compatíveis com os sistemas da Land Rover e estação mantenedora de carga GYSFLASH.
Aqui na General Tech, utilizamos a linha AUTEL, TOPDON e THINKCAR, todos adquiridos com GYNPROG em Goiânia (GO). www.gynprogloja.com.br. Vejamos as informações guiadas na tela do scanner TOPDON:
Na tela principal, no canto superior à direita, click em Função Especial, irá abrir a seguinte tela:
Vá em travão de mão eletrônico:
Selecione Freio de estacionamento – substituição da pastilha de freio – soltar a posição de serviço. Então irá aparecer algumas recomendações na tela:
1ª – manter tensão de 12,5 volts:
Muita atenção neste processo, não se deve utilizar carregadores de baterias convencionais ou fontes de alimentação para som automotivo. Aplica-se a utilização de uma fonte mantenedora inteligente, que controla o fluxo de carga, tensão e corrente elétrica do sistema. Nós utilizamos a GYSFLASH: A GYSFLASH irá impedir uma queda de tensão em qualquer operação, bem como evitar uma sobrecarga e danos nos módulos eletrônicos.
Sistema com suprimento de energia elétrica sob controle. Durante todo o processo, mensagens na tela do scanner irão guiar o reparador para execução dos serviços, até a liberação do veículo.
ATENÇÃO:
1- Não pule etapas
2- Não ignore nenhum comando direcionado
3- Não crie alternativas, jeitinho técnico, gambiarras da internet, o prejuízo é todo do reparador.
Um dos jeitinhos muito informado nos canais de vídeos, é a liberação das pinças com a utilização de uma bateria alimentando os motores elétricos das pinças. Este arranjo técnico (gambiarra) causa danos ao motor, pois ele funciona por pulsos controlados e tem comunicação com gerenciamento eletrônico.
Os valores deste componente podem ultrapassar a casa dos R$ 2.000,00, cada. Trabalhamos com a linha premium há muitos anos. Todos que atendemos com defeito neste componente, foi causado, nunca por desgaste de utilização.
1- Alimentação elétrica do motor
2- Rede de comunicação
3- Alimentação elétrica do motor.
Obedecendo o sistema de manutenção corretamente, utilizando equipamentos apropriados, não haverá nenhum problema com atendimento na linha Land Rover ou qualquer outra linha Premium.
Para encerrar, lembramos ao amigo reparador, que toda montadora tem suas peculiaridades, cabe a nós que atuamos na reparação automotiva, buscar treinamento e adequar nossa estrutura para atender a novas tecnologias.
Te aguardo na edição da Revista Reparação Automotiva do mês de dezembro, seguimos abordando o tema: LAND ROVER, SERÁ QUE É MESMO UMA BOMBA? Até lá!
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